As especificidades da ortopedia infantil vão ter um espaço destacado de debate no segundo dia das "jornadas de ortopedia para medicina geral e familiar", que decorrem a 5 e 6 de maio, no hotel Tryp aeroporto.
Sob a designação "Ortopedia Infantil – O que é patológico?", a sessão abordará a doença displásica da anca, as osteocondroses, os desvios posturais em idade pediátrica e as alterações da arcada plantar.
As particularidades e a dificuldade que, por vezes, existem na observação de patologias ortopédicas nas crianças, mesmo entre especialistas, levou o Serviço de Ortopedia do Centro Hospitalar Lisboa Central, EPE, organizador destas jornadas, a dinamizar uma sessão própria.
"O diagnóstico na ortopedia infantil é complexo. É preciso reconhecer os casos em que efetivamente o tratamento ortopédico está indicado. Ou seja, saber quando se referencia e quais os doentes que devem ser referenciados. Na ortopedia infantil, por ser possível manipular a biologia osteoarticular da criança para fornecer o tratamento, existe um timing ideal para a referenciação para a nossa especialidade", explica o Dr. André Grenho, interno de Ortopedia do CHLC e membro da comissão organizadora das jornadas.
Inspiradas nas Jornadas Ortopédicas da Primavera dos Hospitais Civis de Lisboa, estas jornadas pretendem assumir-se como um espaço de reflexão, de transmissão de conhecimentos e de colaboração entre ortopedistas e médicos de família.
Daí a preocupação por escolher um programa científico variado, que contemplasse as patologias com maior peso na consulta de ortopedia e dos Cuidados de Saúde Primários. Entre os temas que vão ser debatidos estão as lesões desportivas, a osteoporose e os problemas específicos do ombro, punho e mão, cotovelo, joelho, tornozelo e pé.
Segundo o Dr. Luís Branco Amaral, diretor do Serviço de Ortopedia do CHLC e presidente das jornadas, os ganhos em conhecimento vão ajudar "a desmistificar algumas patologias, sobretudo para quem não tem que lidar com elas diariamente e que podem suscitar alguma insegurança". Dá como exemplo o quisto de Baker, que, na maior parte das vezes, não se trata. "O que tratamos é a situação que pode estar na génese desse quisto", explica.