Histerectomias por miomas uterinos diminuem 39% em 15 anos

Histerectomias por miomas uterinos diminuem 39% em 15 anos

Data: 2017-01-05

Segundo um estudo da revista científica European Journal of Obstetrics & Gynecology and Reproductive Biology, realizado por ginecologistas do Centro Universitário e Hospitalar de Coimbra, sobre a evolução da prática de histerectomias em Portugal, ao longo dos últimos 15 anos houve um aumento da idade média das mulheres submetidas a remoção do útero e uma redução nos dias de internamento hospitalar. No entanto, apesar de terem diminuído 39,2%, os miomas uterinos continuam a ser a principal causa e foram responsáveis por cerca de 75 mil histerectomias nos hospitais públicos portugueses.

De acordo com um comunicado de imprensa, entre 2000 e 2014, 166.177 mulheres foram submetidas a histerectomias em Portugal. O Dr. Daniel Pereira da Silva, médico ginecologista do Instituto Médico de Coimbra e presidente da Federação das Sociedades Portuguesas de Obstetrícia e de Ginecologia" (FSPOG), justifica o decréscimo do recurso a estas cirurgias no tratamento de miomas uterinos, com o facto de "a classe médica estar a acompanhar a evolução farmacológica, como por exemplo a utilização do acetato de ulipristal, que permite em alguns casos evitar a histerectomia ou facilitar a realização de uma intervenção cirúrgica menos invasiva que conserve o útero".

As histerectomias são cirurgias que consistem na remoção do útero e que resultam na ausência de menstruação e na incapacidade de engravidar. Os miomas uterinos afetam mais de 2 milhões de mulheres em Portugal e são a quinta causa mais frequente de internamento hospitalar por causas ginecológicas não relacionada com a gravidez e a principal causa da realização de histerectomias (cerca de 45%).

Regra geral, uma mulher precisa de um mês a cinco semanas para recuperar de uma histerectomia. No entanto, o Dr. Daniel Pereira da Silva revela que "devido à utilização de técnicas menos invasivas, como o tratamento com medicamentos ou a retirada do útero por via vaginal ou através da abertura de pequenos orifícios no abdómen (laparoscopia), os dias de recuperação diminuíram, nos últimos 15 anos, de sete para apenas cinco dias". Já a idade média das mulheres com indicação de cirurgia aumentou de 51 para 55 anos.

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