Contadores de glóbulos, seringas, kits para determinar glicemias e livros estão entre o espólio do museu que a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) inaugurou no seu edifício-sede, em Lisboa, numa cerimónia que contou com a presença do ministro da Saúde, o Dr. Adalberto Campos Fernandes, e do Comissário Europeu para a Saúde e Segurança Alimentar, Dr. Vytenis Andriukaitis.
A inauguração, na passada sexta-feira, insere-se nas comemorações do Dia Mundial da Saúde – este ano dedicada à diabetes – e no 90.º aniversário da APDP.
"Trata-se de um espaço modernizado, acessível às pessoas em geral, aos médicos e aos enfermeiros, uma vez que recebemos muita gente que está em formação. Este é um bom instrumento para revisitar a história e perceber o presente", explicou à Ad Médic, o Dr. Luís Gardete Correia, presidente da APDP.
O museu, situado na Rua Rodrigo da Fonseca, reúne apenas uma parte do imenso espólio da Associação, composto por centenas de peças que contam parte da história dos cuidados da diabetes em Portugal no último século. Por falta de espaço, muitos documentos e livros – alguns deles remontam ao século XVII – não integram, por agora, o espaço aberto ao público.
Entre os documentos que podem já ser vistos estão os estatutos da fundação da APDP de 1928, redigidos pelo fundador, o Dr. Ernesto Roma, e cartas da rainha D. Amélia.
É preciso prevenir
A Diabetes é a quarta principal causa de morte na maior parte dos países desenvolvidos, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), que dedicou recentemente o Dia Mundial da Saúde a esta doença.
Tanto o Comissário Europeu para a Saúde e Segurança Alimentar como o presidente da APDP convergiram na opinião de que é preciso apostar na prevenção da diabetes que, em Portugal, absorve 10% dos custos diretos com a Saúde.
"É a primeira causa de cegueira e a primeira causa de amputações não traumáticas. Cerca de 30% das pessoas que fazem hemodiálise é por causa da diabetes. É também uma das primeiras causas de enfarte do miocárdio. Tudo isto junto representa um sofrimento enorme e custos económicos muito elevados", frisou o Dr. Luís Gardete Correia. Defendeu, por isso, a realização de uma campanha nacional estável a cinco anos.
Veja a galeria de imagens em: https://www.facebook.com/Admedic.eventos/photos/pcb.1697057560549307/1697056817216048/?type=3&theater